terça-feira, 22 de julho de 2014

A deusa que habita em mim

Quando a lua cresce no céu, sou Ártemis dos bosques. Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo. Sou Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos, quando repudio os limites e não existe o medo. Sou Ártemis que me lanço sem amparo do cume feito com todas as pedras, que tentam, inúteis, bloquear meus atos deliciosamente insanos.
Assim sou Ártemis.
Quando no céu a lua é cheia, sou Deméter de coração nos olhos. Busco o amor imensurável e ofereço aquele que habita em meus infinitos braços. Sou Deméter quando procuro meu filho em cada ser, quando quero ser Ave mãe e ninho num só tempo. Sou Deméter quando meu colo se torna porto e suplica dolorosamente, pelo lançar de âncoras de todas as embarcações.
Assim sou Deméter.
Quando a lua míngua, sou Hécate de toda escuridão. Busco a linguagem da alma e descubro ser eu mesma tudo aquilo que me ameaça. Sou Hécate quando a solidão importa e quando o fim torna-se causa e razão. Sou Hécate quando penso na morte e encontro o que sou antes de tornar-me outra.
Assim sou Hécate.

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