Quando a lua cresce no céu, sou Ártemis dos
bosques. Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo. Sou
Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos, quando repudio os
limites e não existe o medo. Sou Ártemis que me lanço sem amparo do cume feito
com todas as pedras, que tentam, inúteis, bloquear meus atos deliciosamente
insanos.
Assim sou Ártemis.
Quando no céu a lua é cheia, sou Deméter de
coração nos olhos. Busco o amor imensurável e ofereço aquele que habita em meus
infinitos braços. Sou Deméter quando procuro meu filho em cada ser, quando
quero ser Ave mãe e ninho num só tempo. Sou Deméter quando meu colo se torna
porto e suplica dolorosamente, pelo lançar de âncoras de todas as embarcações.
Assim sou Deméter.
Quando a lua míngua, sou Hécate de toda
escuridão. Busco a linguagem da alma e descubro ser eu mesma tudo aquilo que me
ameaça. Sou Hécate quando a solidão importa e quando o fim torna-se causa e
razão. Sou Hécate quando penso na morte e encontro o que sou antes de tornar-me
outra.
Assim sou Hécate.
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