Estranho ou não, concordo com William James. No meio social em que vivemos, eu só vou me relacionar com pessoas cujo modo de pensar se aproxime do meu, porque, entre duas pessoas que constantemente discordam entre si, praticamente não há relacionamento. Só que nem sempre absorvemos as melhores características das pessoas com que convivemos. É o caso, por exemplo, de um dos fatores que levam ao consumo de drogas, grande parte dos adolescentes drogados entram nesse “mundo” por causa das “amizades”.
Às vezes, as pessoas nos “devolvem uma imagem” que não gostamos nem um pouco. No entanto, como esta imagem se refere a nós, se elas reagem de modo estranho é porque estranhos estamos nós. Logo, são os nossos erros que, freqüentemente, observamos nos outros. O mesmo acontece com a confiança: se eu vejo uma pessoa quase desconhecida chorando na rua, e lhe pergunto sobre o que está acontecendo, ela não me responderá, pois não confia em mim. E não confia em mim justamente porque mal sabe que sou. Mas se eu inspirar credibilidade quando lhe fizer a pergunta, é possível que se espelhe neste sentimento e me conte o seu problema, mesmo sem me conhecer (isto normalmente acontece com as crianças).
Concluindo: as características que criticamos nas pessoas, mesmo não assumindo, são as nossas próprias características. Por exemplo, se aponto o excessivo perfeccionismo de alguém, é porque eu sou perfeccionista. Por outro lado, aquilo que admiro em uma pessoa é o que considero ideal para mim, talvez eu até tenha esta características, mas só consigo enxergá-la nos outros, e vice-versa. E é assim que fazemos a mencionada troca de imagem, de William James.
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